13 abril 2015

O PEQUENO AMIGO ~ Donna Tartt

A história começa de forma impactante. Robin, um menino de 9 anos é encontrado enforcado em uma árvore do jardim de casa, enquanto a família se preparava para celebrar o Dia das Mães. O assassino nunca é descoberto.
Aos doze anos, Harriet Cleve Dufresnes, alimentada por suas leituras de aventuras – O Livro da Selva, de Kipling, A Ilha do Tesouro, de Stevenson o Capitão Scott e suas histórias na Antártida, Houdini e suas contorções sob o gelo, as charadas de Sir Arthur Conan Doyle com Sherlock Holmes e a Enciclopédia Britânica – decide resolver o mistério da morte de seu irmão e assim, punir o assassino.
Harriet tinha 6 meses quando Robin foi assassinado e tudo o que sabe do irmão, adorado por toda a família, é através de fotografias desfocadas (onde todos parecem tão felizes!) e de pedaços de conversas sussurradas e confusas. Ela vive com sua mãe a depressiva Charlotte, e com Allison sua irmã de dezesseis anos que muitas vezes parece indiferente a tudo. A casa é cuidada por Ida Rhew, um personagem enigmático e mantida por Dix, o pai ausente que mora no Tennesse.
Vizinho a família de Harriet, moram a avó Edie, a figura elegante e aristocrática e duas tias avós.
O livro gira em torno da vida de Harriet, suas inquietações, seus sonhos, suas aventuras. O relacionamento dela com seu único amigo Hely, e aliado na busca do assassino de Robin.

A forma como Donna Tartt descreve Mississipi, é tão real que passa a povoar nosso imaginário. Ela tem esse talento! A narrativa expressa uma escuridão emocional quase palpável, onde o remorso, a saudade e a tentativa de recuperar um tempo que não volta, são considerados por cada personagem. Acompanhamos o desejo de vingança de Harriet, aliado à crença de ser capaz de restabelecer a paz e a harmonia familiar como era no passado, com refeições normais, uma casa limpa, conversas alegres.
É um livro denso, que por vezes deixa o leitor submerso perante as incertezas do que os personagens vivem, mas nunca indiferente a dor de cada um deles. Para quem gosta de um final bem definido, essa não é uma história completa, muitas lacunas ficam por preencher, o que acredito ter sido a intenção de Donna Tartt, uma vez que ao final do livro, ficamos com a imaginação em ebulição. 

De Donna Tartt, li O Pintassilgo e A História Secreta, sendo dos 3 livros de Tartt, A História Secreta o meu favorito. Vamos aguardar que ela lance outros livros!

Pegadas na Areia ~ Mary Stevenson

Uma noite eu tive um sonho.  
 Sonhei que estava andando na praia com o Senhor 
.  E através do Céu, passavam cenas da minha vida. 
  Par...